domingo, 21 de maio de 2017

SOS Brasil Soberano:

SOS Brasil Soberano: Meirelles, ex-JBS, será presidente de quem? - TIJOLAÇO | 



O Movimento SOS Brasil Soberano, liderado pela Federação dos
Sindicatos dos Engenheiros do Brasil, divulgou hoje um alerta sobre o
movimento para colocar o “xerife do mercado”, Henrique Meirelles, pelo
voto indireto, na Presidência da República. Enfiar, ilegitimamente, o
ex-executivo da JBS, significa,  não só privatizar o Governo brasileiro
como, no final das contas, colocar o executivo dos corruptores no
comando da Nação.


Veja o texto:


Meirelles: um financista, vindo

da J&F, no golpe dentro do golpe

O “golpe dentro do golpe” é entregar,
em uma eleição indireta, a Presidência do país a Henrique Meirelles,
representante histórico dos interesses do capital financeiro
internacional e ex-executivo da própria J&F. Ele parece ter
credenciais melhores do que as de Michel Temer para fazer as reformas
ultraliberais do projeto derrotado nas urnas – e que motivaram a
derrubada da presidenta eleita, Dilma Rousseff –, pelo menos na
avaliação dos atores que deflagraram o ataque recente ao governo Temer,
uma articulação que uniu Grupo Globo, J&F (dono da JBS) e a
Procuradoria Geral da República.
Essa parece ser a aposta por trás da
guinada súbita do noticiário da Globo, acometido de uma inusitada
indignação republicana. O editorial “A renúncia do presidente” foi
divulgado no meio da tarde da última sexta-feira (19) e pede a saída de
Temer com base em uma argumentação que não se constrange, contudo, de
usar a Constituição para defender eleições indiretas, depois de tê-la
rasgado: derrubando a presidenta eleita e promovendo o desmonte do
Sistema de Seguridadade Social previsto no texto constitucional de 88.
Desde a última quarta-feira (17), a
sociedade assiste perplexa a uma saraivada de acusações, áudios, vídeos,
comentários, fotos, que constróem um roteiro de promiscuidade e
ilícitos envolvendo o governo Michel Temer, parlamentares e partidos, de
um lado, e a J&F, do outro. O fato de o atual ministro da Fazenda e
potencial candidato à sucessão de Temer ter sido, até a queda de Dilma,
executivo de ponta do grupo corruptor não mereceu destaque. Henrique
Meirelles foi presidente do conselho de administração da J&F, de
2012 a 2016, e presidente do banco Original, controlado pela J&F,
entre 2015-2016. Totalmente digital e criado como projeto pessoal de
Meirelles dentro do grupo, o banco Original não vai bem. Em março deste
ano, segundo o jornal Valor Econômico, o Original vendeu sua marca à
J&F, sua própria controladora, numa operação de R$ 422 milhões, que
permitiu ao banco fechar o exercício de 2016 com lucro. Sem o negócio,
teria apresentado prejuízo operacional de R$ 278,6 milhões no ano.
Meirelles assumiu na J&F em março
de 2012 com a missão de criar estratégias para a expansão da empresa
dentro e fora do país. Em matéria da revista Exame, na ocasião, Joesley
Batista, o delator e um dos donos da J&F, explicava a contratação:
“O Meirelles não vai ser apenas um consultor. Vai cobrar resultados dos
executivos e traçar estratégias para a expansão do negócio”. Nesse
contexto, não é possível ignorar – política ou judicialmente – a
participação altamente estratégica do ministro nas atividades da
J&F.
Tirar um presidente por seu
comprometimento com um grupo empresarial e substituí-lo por um
ex-funcionário e estrategista direto do mesmo grupo não pode ter
motivação republicana. O que se pretende, com a troca, é buscar
legitimar o golpe dado na Presidência e que continua em curso, com
ataques à vontade popular e à cidadania brasileira. (Desprezadas as
demais motivações de ordem econômica puramente empresarial que podem
estar envolvidas no lance, considerando que a JBS, controlada pelo
J&F, é uma das maiores anunciantes do Grupo Globo).
Henrique Meirelles fez sua carreira
no setor financeiro internacional. Começou no BankBoston em 1974, e lá
ficou por 28 anos. Entre outras funções, ocupou a presidência da
instituição no Brasil e na matriz – o BankBoston mundial. Em 1999, o
banco se fundiu ao grupo financeiro Fleet, criando o FleetBoston
Financial, também presidido por Meirelles. O engenheiro que virou
financista acumula prêmios pelos serviços prestados ao setor
bancário. Melhor Banqueiro da América Latina em 2006, Prêmio Lide de
Personalidade do Ano, dado em 2010 pela organização lobista de João
Doria Jr.; Prêmio Bravo Awards de Financista do Ano em 2008; Prêmio
Emerging Market Awards de Melhor Banqueiro Central para América Latina,
também em 2008.
Já foi do PSDB, do PMBD, e agora é
filiado ao PSD, partido de Gilberto Kassab. Nenhuma sigla, contudo,
reflete o compromisso fundamental de sua biografia: o setor financeiro
internacional e as empresas transnacionais atreladas a ele, para os
quais pretende entregar o Brasil. E já começou a fazê-lo, ao congelar os
gastos públicos por um período de 20 anos, ao propor medidas que
inviabilizam a aposentadoria e fomentam o mercado de previdência
privada, ao atacar direitos dos trabalhadores, ou ao permitir uma
política econômica sem um banco forte de apoio ao desenvolvimento,
induzindo o BNDES a atuar com taxas de mercado, entre outras iniciativas
que Meirelles defende em todos os eventos públicos de que participa.
Contra o golpe, e contra o golpe
dentro do golpe, e quaisquer outras manobras que agravem as violações às
instituições brasileiras, é preciso restabelecer legitimidade ao
governo e desfazer as medidas recentes que não contam com nenhum
respaldo popular: eleições gerais diretas. Já.

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