sábado, 11 de março de 2017

Snowden descreve descoberta de supostas ferramentas de espionagem da CIA como 'grande preocupação' - Carta Maior

Snowden descreve descoberta de supostas ferramentas de espionagem da CIA como 'grande preocupação' - Carta Maior



Snowden descreve descoberta de supostas ferramentas de espionagem da CIA como 'grande preocupação'

'Aquela smart TV da Samsung? A CIA pode ligar o microfone e
ouvir tudo o que você fala', WikiLeaks





Nika Knight, Common Dreams




getty





O
WikiLeaks, na terça-feira, divulgou uma coleção de documentos da CIA
chamados pela expert em segurança, Jessalyn Radack, como “na mesma
categoria, os maiores vazamentos de informações confidenciais pelos
denunciantes Chelsea Manning e Edward Snowden”.


 

De
fato, o próprio Snowden descreveu o vazamento como “realmente, uma
grande preocupação” no Twitter. “Parece autêntico” adicionou o
denunciante da Agência de Segurança Nacional (NSA). O New York Times
também descreveu a autenticidade dos documentos como “provável”.


 

O Times ainda descreveu as revelações bombásticas incluídas nos documentos vazados:

 

 
       Dentre outras revelações que, se confirmadas, abalariam o mundo
da tecnologia, o vazamento do Wikileaks disse que a CIA e serviços de
inteligência aliados conseguiram ultrapassar as criptografias em
serviços de mensagens populares como o Signal e WhatsApp, e o Telegram.
De acordo com a declaração do Wikileaks, hackers do governo podem
invadir Androids e coletar “áudio e tráfego de mensagens antes da
criptografia ser aplicada”.


 

A
divulgação de terça-feira dos documentos é a primeira parte de uma
série, escreveu o WikiLeaks em declaração à imprensa. Essa primeira
parcela, entitulada “Ano Zero”, contém “8,761 documentos e arquivos de
uma rede isolada de alta segurança situada dentro do Centro da CIA de
Cyber Inteligência em Langley, Virgínia”, de acordo com o WikiLeaks.


 

“O
arquivo parece ter circulado entre hackers do antigo governo dos EUA e
empreiteiros de maneira não autorizada, tendo um deles fornecido porções
do arquivo ao WikiLeaks”, escreve a organização de transparência,
notando que isso significa que o arsenal cibernético da CIA já foi
possivelmente compartilhado amplamente e de forma insegura.







 

O
WikiLeaks explica que “o ‘Ano Zero’ introduz o escopo e a direção do
programa global de espionagem da CIA, seu arsenal de malware e dezenas
de façanhas dia-zero armadas contra uma gama de produtos de companhias
dos EUA e da Europa como os iPhones da Apple, Androids da Google e
Windowns da Microsoft e até as TVs da Samsung, que podem ser
transformadas em microfones escondidos”.


 

De
fato, os documentos parecem confirmar os alertas de experts de
segurança e defensores da privacidade sobre os perigos das chamadas
tecnologias “smart”.


 

E
Snowden nota que os documentos demonstram que o governo dos EUA parece
estar pagando companhias de tecnologia para assegurar que seus produtos
permaneçam inseguros. “Uma imprudência indescritível”, ele tuitou:


 

“Os
relatos da CIA mostram a USG desenvolvendo vulnerabilidades em produtos
norte-americanos, e depois, intencionalmente, mantendo esses buracos
abertos. De uma imprudência indescritível.”


 

Ao
descrever o escopo do arquivo, o WikiLeaks detalha os poderes de
invasão da CIA – poderes que a própria CIA parece não ter mais controle,
de acordo com o vazamento:


 

 
         Desde 2001, a CIA ganhou proeminência política e orçamentária
na NSA. A CIA se encontrou construindo não somente sua famosa frota de
drones, mas também um tipo diferente de força secreta, global – sua
própria frota de hackers. A divisão de hackers da agência a liberou de
ter que revelar suas operações controversas à NSA (sua principal rival
burocrática) de modo a tirar vantagem das capacidade de hacking da NSA.


 

 
         No final de 2016, a divisão de hackers da CIA, que está sob o
comando do Centro de Cyber Inteligência (CCI), tinha mais de 5000
usuários registrados e havia produzido mais de mil sistemas de invasão,
vírus, trojans e outros malwares “armados”. Tal é a escala do
empreendimento da CIA que, em 2016, seus hackers utilizavam mais códigos
do que os necessários para rodar o Facebook. A CIA havia criado sua
“própria NSA” com menos responsabilidades e sem responder publicamente à
questão sobre se seria justificável esse gasto orçamentário massivo
para duplicar as capacidades da agência rival.


 

“Em
uma declaração para o WikiLeaks”, a organização adiciona, “a fonte
detalha questões políticas que, segundo eles, precisam urgentemente ser
debatidas em público, incluindo se as habilidades de invasão da CIA
excedem seus poderes e o problema do esquecimento do público em relação à
agência. A fonte deseja iniciar  um debate público sobre a segurança,
criação, uso, proliferação e controle democrático das armas
cibernéticas”.


 

“Uma
vez que uma única ‘arma’ cibernética é ‘solta’, pode se espalhar ao
redor do mundo em segundos, para ser usada por estados rivais, pela
máfia cibernética e hackers adolescentes”, nota o WikiLeaks.

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