sábado, 19 de novembro de 2016

Depois de ver prisão reformada, juiz acusa Garotinho de tentar suborno um mês atrás

Depois de ver prisão reformada, juiz acusa Garotinho de tentar suborno um mês atrás - TIJOLAÇO |”
Depois de ver prisão reformada, juiz acusa Garotinho de tentar suborno um mês atrás

Por Fernando Brito · 19/11/2016

juizacusa

É bom que o juiz Glaucenir Silva de Oliveira, da 100ª Zona Eleitoral de Campos, tenha alguma evidência sólida sobre a acusação que fez, hoje, de que Anthony Garotinho e o o filho Wladimir, teriam , por duas vezes, tentado suborná-lo com ofertas de R$ 1,5 milhão e R$ 5 milhões para que pusesse fim a investigação de crimes eleitorais cometidos por ambos.

É bom, porque estranhíssimo que tais ofertas, feitas por intermediários, só tenham sido denunciadas pelo juiz depois que sua ordem de prisão preventiva foi reformada – com uma devida “bronca” por ele assumir o papel de “médico” e mandar retirar Garotinho do hospital em que se encontrava. Por que, de outra forma, alguém pode achar que é uma “vingança” e estamos um pouco fartos de juízes “vingadores”, não é?

A primeira pergunta, óbvia, é que – tendo à sua disposição a Polícia Federal – Sua Excelência não avisou para que os “subornantes” fossem presos em flagrante, até mesmo no momento em que fossem pagar ou solicitassem conta para depositar o dinheiro escuso. Ou para, ao menos, colocar escutas no gabinete do juiz e leva-los a deixarem registradas as ofertas de propina.

Diz O Globo que “as propostas de propina foram feitas há cerca de um mês, e o juiz resolveu fazer a denúncia agora para preservar as investigações e a operação”. Um mês! Tempo de sobra para armar uma arapuca, não é?

O Dr. Glaucemir tem um histórico de confusões. Em dezembro de 2009, por exemplo, O Globo publicou:

Um empresário de Vila Velha acusa um juiz criminal do Rio de Janeiro de ter sacado e apontado um pistola para sua cabeça no meio de uma das pistas de dança do Multiplace Mais, em Meaípe, Guarapari. A confusão ocorreu por volta das 5 horas, após um show da banda Skank. Alex Pimentel estava com uma namorada que teria sido importunada pelo juiz Glaucenir Silva de Oliveira. O empresário afirma que o juiz assumiu uma atitude agressiva diante de sua aproximação, sacando da cintura uma pistola. Na confusão, o empresário foi imobilizado pela segurança e seria levado para fora, caso não fosse reconhecido. Ele é dono de um estacionamento e de uma sorveteria próximos da casa de shows.

Já em 2011, o R7 registra que Glaucemir:

“foi parado na blitz porque ela o viu sem o cinto de segurança. Ela disse que pediu para que ele colocasse o acessório. De acordo com a guarda, ele se negou a colocar o cinto e passou a agredi-la verbal e fisicamente. O juiz registrou queixa contra a guarda por agressão, desacato e abuso de autoridade e explicou que anda sem cinto porque atua na área criminal.“

Uma testemunha da cena desmentiu a versão do juiz e confirmou a da guarda municipal, como você pode ver aqui em vídeo.

O “problema” é que se a acusação for improcedente, não há como punir o juiz por abuso de autoridade, a menos que seus pares queiram fazê-lo.

Quem quiser esperar por isso, sente. E ponha o cinto de segurança.

Nenhum comentário:

Postar um comentário