sexta-feira, 7 de outubro de 2016

Banqueiros festejam o resultado eleitoral

Altamiro Borges: Banqueiros festejam o resultado eleitoral



Banqueiros festejam o resultado eleitoral


Por Altamiro Borges



Os partidos políticos ainda avaliam os resultados das eleições
municipais do último domingo. Alguns lambem as feridas pelas derrotas
sofridas. Outros se embriagam com as vitórias e até já dão bicadas para
saber quem capitalizará os êxitos. Um “partido”, porém, nem precisou se
reunir para analisar o sentido das urnas. É o da máfia dos banqueiros –
que não disputa votos, mas determina os rumos políticos e econômicos do
país. Os abutres rentistas foram os grandes vitoriosos do pleito e não
escondem a sua alegria, como descreveu uma reportagem publicada na Folha
nesta terça-feira (4) com o sugestivo título: “Após as eleições,
mercado financeiro reage com euforia aos resultados”.



Segundo a matéria, assinada pelas jornalistas Eulina
Oliveira e Érica Fraga, “o fortalecimento dos partidos da base aliada do
presidente Michel Temer (PMDB) e o enfraquecimento do PT nas eleições
municipais foram recebidos com entusiasmo pelo mercado financeiro. O
real teve a maior valorização frente ao dólar entre as principais moedas
nesta segunda-feira, alcançando o patamar de R$ 3,20. O Ibovespa subiu
1,87%, descolando-se da Bolsa de Nova York, que recuou durante toda a
sessão. Os juros futuros – que indicam o retorno das aplicações
financeiras e pesam em decisões de investimentos produtivos – tiveram
forte queda”.



A oligarquia financeira apostou todas as suas fichas no “golpe dos
corruptos”, que depôs a presidenta Dilma e viabilizou o assalto ao poder
da gangue de Michel Temer. Mas ela temia a falta de legitimidade do
usurpador para aplicar o programa “Uma ponte para o futuro” – já
batizado de pinguela para o passado –, que defende exatamente as suas
teses neoliberais do desmonte do Estado, da nação e do trabalho. O
resultado das eleições, neste sentido, representou um alívio para os
abutres rentistas. “A interpretação do mercado foi a de que a rejeição
dos eleitores ao PT mostrará a investidores estrangeiros que é
equivocada a visão de que o impeachment de Dilma Rousseff foi um golpe”,
descreve a Folha golpista.



Para o chamado “deus-mercado”, descreve o jornal, “o recado das urnas
foi que as reformas propostas pelo governo federal, como a adoção do
teto para o aumento dos gastos públicos e mudanças na Previdência, são
chanceladas pela maioria da população”. Ou seja: o eleitor brasileiro
assinou o seu próprio atestado de óbito. Ao garantir a vitória dos
partidos golpistas – principalmente do PSDB –, ele deu sinal verde para
que o governo ilegítimo aumente a sua idade de aposentadoria, corte os
gastos nas áreas sociais, entregue as riquezas do pré-sal, retire seus
direitos trabalhistas, entre outras várias maldades. Quem sairá ganhando
com a aplicação deste programa será, novamente, o “partido” dos
banqueiros!

Nenhum comentário:

Postar um comentário